Como saber se meu cão ou gato está acima do peso?
A obesidade é definida como acúmulo excessivo de gordura corporal que pode resultar na redução da qualidade e expectativa de vida de cães e gatos [1]. É a alteração nutricional mais comum nos animais de companhia [1]. Em um estudo realizado no município de São Paulo - SP, determinou a prevalência de sobrepeso e obesidade em 40,5% dos cães domiciliados [2]. Isso não é um problema relacionado apenas aos animais adultos, filhotes também podem desenvolver obesidade. Uma pesquisa científica mostrou que aproximadamente 21% dos cães já apresentam sobrepeso aos 6 meses de idade [3].
E por que eu deveria me preocupar com isso? Associa-se a obesidade o desencadeamento de alterações cardiovasculares, respiratórias, articulares, endócrinas, neoplásicas, urinárias e reprodutivas [1,4,5]. Sendo assim, tanto o veterinário quanto o tutor devem conseguir identificar a obesidade, para então tratá-la da melhor maneira. Para isso, é preciso avaliar a condição corporal, baseada em uma escala numérica de 9 pontos (1 a 9) [6,7]. Para classificá-los, é fundamental olhar e examinar o animal. Por meio da palpação de locais pré-definidos, como costelas, escápula, vértebras lombares e ossos pélvicos, é avaliado o quanto de pressão é necessário realizar para que seja possível sentir os ossos. Quanto maior a pressão, maior camada de tecido adiposo o animal possui. Animais com condição corporal 1 possuem todas as proeminências ósseas, e demais pontos de avaliação citados, vistos facilmente a distância, não sendo necessário exercer pressão para poder senti-los. De forma contrária, o cão ou gato de condição corporal 9 apresenta depósitos massivos de gordura corporal, com acúmulo expressivo na base da cauda e pescoço, e perda da silhueta da cintura. Deste modo, preconiza-se a condição corporal 4 e 5 para cães e 5 para gatos como ideais, nos quais os pontos citados são palpados facilmente, com cobertura mínima de gordura e silhueta da cintura facilmente notada [6,7].
Uma vez reconhecida a presença da doença, o acompanhamento nutricional realizado por profissional é essencial para a implementação adequada do protocolo de perda de peso e, consequentemente, redução das comorbidades.
Referências
1. GERMAN, A. J. The growing problem of obesity in dogs and cats. The Journal of Nutrition, v. 136, n. 7, p. 1940S-1946S, 2006.
2. PORSANI, Mariana Yukari Hayasaki et al. Prevalence of canine obesity in the city of São Paulo, Brazil. Scientific Reports, v. 10, n. 1, p. 1-15, 2020.
3. The Global Pet Obesity Initiative Position Statement. Disponível em https://www.petobesityprevention.org/. Acessado em 21/03/2019.
4. WSAVA Global Nutrition Committee. WSAVA global nutrition guidelines. Availableat:
http://www.wsava.org/WSAVA/media/Documents/Guidelines/WSAVA-GlobalNutritional-Assessment-Guidelines-2011-final.pdf. Acessado em 21/03/2019.Management
5. 2014 AAHA Weight ManagementGuidelines for Dogs and Cats. Disponível em https://www.aaha.org/public_documents/professional/guidelines/weight_management_guidelines.pdf . Acessado em 21/03/2019.
6. Laflamme D. Development and validation of a body condition score system for cats. Feline Pract. v.25, p. 8-13, 1997.
7. Laflamme D. Development and validation of a body condition score system for dogs. Canine Pract. v.22, p.5-10, 1997