Cozinho em casa para meu pet, estou fazendo o certo?
Depende!
A dieta é completa e balanceada? A dieta foi prescrita por um profissional especializado na área de nutrição de cães e gatos? A prescrição é seguida corretamente, evitando a alteração dos ingredientes? O alimento é pesado de forma adequada? É realizada a suplementação na forma indicada? O alimento pronto é armazenado de forma segura? Existe uma avaliação periódica do paciente e da dieta?
Se para todas as questões anteriores, a resposta foi “sim”, então você está fazendo o certo. É possível cozinhar para o pet em casa, desde que as recomendações do profissional especializado na área de nutrição de cães e gatos sejam seguidas corretamente.
Formular uma dieta completa e balanceada não é uma tarefa simples. Requer conhecimento completo das necessidades nutricionais dos animais, da composição química dos ingredientes, do processo de formulação e como os processos fisiológicos alteram as necessidades de cada pet. A escolha dos ingredientes da dieta depende diretamente do conteúdo nutricional a ser fornecido, da disponibilidade, da palatabilidade e dos custos de cada ingrediente [1].
Diante disso, é importante entender que a substituição de um ingrediente por outro, mesmo que seja mínima, implica na alteração de toda a composição da dieta, pois há mudança no perfil nutricional [2].
Ter o controle adequado da quantidade prescrita, idealmente com o uso de uma balança para que todos os ingredientes sejam pesados, garante que não haja excesso ou falta na quantidade de alimentos, evitando dessa forma, doenças como obesidade, pelo excesso de energia fornecida.
A suplementação é de extrema importância e deve ser seguida à risca. Isso porque as necessidades de vitaminas e minerais não são supridas somente pela ingestão de ingredientes naturais, além destes apresentarem alta variabilidade em sua composição [3].
Todo paciente alimentado com dieta caseira deve ser avaliado pelo menos duas vezes ao ano para exames de rotina. Como o perfil nutricional dos alimentos é bem variável, a revisão da dieta pelo especialista juntamente com o tutor é obrigatória, com o objetivo de manter uma adequada prescrição e evitar desvios significativos no preparo da dieta [4].
Referências
1. OLIVEIRA, M. C. C.; BRUNETTO, M. A.; SILVA, F. L.; JEREMIAS, J. T.; TORTOLA, L.; GOMES, M. O. S.; CARCIOFI, A. C. Evaluation of the owner’s perception in the use of homemade diets for the nutritional management of dogs. Journal of Nutritional Science, vol. 3, e23, p. 1-5, 2014.
2. HALFEN, D. P.; OBA, P. M.; DUARTE, C. N.; SANTOS, J. P. F.; VENDRAMINI, T. H. A.; SUCUPIRA, M. C. A.; CARCIOFI, A. C.; BRUNETTO, M. A. Tutores de cães consideram a dieta caseira como adequada, mas alteram as fórmulas prescritas. Pesquisa Veterinária Brasileira, vol. 37, n. 12, p. 1453-1459, 2017.
3. FASCETTI, A. J.; DELANEY, S. J. Applied Veterinary Clinical Nutrition. 1. ed. West Sussex, Reino Unido: Wiley-Blackwell, 2012. p. 95-108.
4. REMILLARD, R. L. Homemade diets: Attributes, Pitfalls, and a Call for Action. Topics in Companion Animal Medicine, v. 23, e3, p. 137-142, 2008.
