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Cuidados nutricionais com os gatos e cães órfãos
Cuidados
nutricionais com os gatos e cães órfãos
Os filhotes são considerados órfãos na ausência
da figura materna ou quando os cuidados maternos são insuficientes entre o
nascimento e o desmame. Cães e gatos recém-nascidos são ainda imaturos quando
comparados a outras espécies e as necessidades fisiológicas fornecidas pela mãe
precisam ser supridas para garantir sua sobrevivência [1].
Os neonatos devem ingerir o colostro, que é o
primeiro tipo de leite secretado pela mãe, nas primeiras 12 a 24 horas após o
nascimento para assegurar sua imunidade. Caso não seja possível, outra cadela
ou gata saudável e lactante pode substituir a mãe, pois o leite materno é
sempre a melhor opção [1]. Na falta de uma mãe substituta, os alimentos que
podem ser utilizados são fórmulas comerciais de substitutos do leite ou fórmulas
de sucedâneos caseiros, cujo conteúdo nutricional se aproxima do leite materno
[2]. O alimento deve ser líquido até que o filhote atinja 3 a 4 semanas de
idade, e após esse período inicia-se a fase de desmame. Os substitutos do leite devem ser aquecidos a
38ºC, administrados de forma lenta e a quantidade diária deve ser dividida em
no mínimo 4 a 6 vezes ao dia, com intervalos regulares (recomenda-se a cada 2 a
4 horas, sendo duas para recém-nascidos ou filhotes mais debilitados). O uso de
mamadeira é a melhor forma de administração do leite para aqueles neonatos que
apresentam o reflexo de sucção e a quantidade deve ser determinada e
acompanhada pelo médico-veterinário. A alimentação na horizontal com o abdômen
voltado para baixo é a forma mais segura e eficaz por minimizar a chance do
filhote engasgar-se e aspirar o alimento. Para neonatos que estão muito
debilitados ou não apresentam reflexo de sucção, a alimentação deve ser
fornecida através da sonda orogástrica, sempre sob orientação do médico-veterinário
[3].
Atraso no crescimento, fraqueza, abdômen
distendido e vocalização ou sono em excesso podem ser indicativos de uma baixa
quantidade ou qualidade do leite. A avaliação do peso permite o acompanhamento
da saúde do filhote e se a ingestão de alimento está efetiva. A pesagem deve
ser realizada todos os dias ou em dias alternados. Para filhotes de cães, o
ganho diário de peso é em média de 5% do peso corporal atual durante as quatro
primeiras semanas [1]. Os filhotes de gatos devem ganhar, idealmente, 100
gramas por semana nos primeiros 6 meses e devem aumentar o peso no mínimo 7
gramas ao dia [2].
A partir de 3 a 4 semanas de idade pode-se
iniciar o fornecimento de alimentos sólidos para início do desmame alimentar.
Vale lembrar que é recomendada a manutenção do contato do filhote com a mãe e
os irmãos ainda por mais tempo, mesmo que a amamentação em si tenha sido
interrompida.
Referências
1. DEBRAEKELEER,
J.; GROSS, K. L.; ZICKER, S. C. Feeding nursing and orphaned puppies from birth
to weaning. In: HAND, M. S.; THATCHER, C. D.; REMILLARD, R. L.; ROUDEBUSH, P.;
NOVOTNY, B. J. Small Animal Clinical
Nutrition. Topeka, Kansas: Mark
Morris Institute, 2010. p. 296-309.
2. GROSS, K.
L.; BECVAROVA, I.; DEBRAEKELEER, J. Feeding nursing and orphaned kittens from birth
to weaning. In: HAND, M. S.; THATCHER, C. D.; REMILLARD, R. L.; ROUDEBUSH, P.;
NOVOTNY, B. J. Small Animal Clinical
Nutrition. Topeka, Kansas: Mark
Morris Institute, 2010. p. 415-427.
3.
LAWLER, D. F. Neonatal and pediatric care of the
puppy and kitten. Theriogenology, v.
70, n. 3, p. 384-392, 2008.
Autor:
SBNutriPet