A água é um nutriente essencial e é um dos maiores constituintes do organismo de seres humanos, cães e gatos. Este nutriente é muitas vezes negligenciado, pois geralmente é oferecido à vontade para cães e gatos, que quando saudáveis controlam bem a ingestão. A água é utilizada no organismo como solvente, como parte de reações químicas, como meio para excreção de toxinas, e auxilia na digestão dos alimentos e na regulação da temperatura corporal [1].
As principais fontes de água para cães e gatos são a ingestão voluntária e a ingestão através do alimento. A ingestão voluntária é a quantidade que o animal consome do bebedouro, e a ingestão pelo alimento corresponde ao quanto de umidade está presente no alimento consumido [2]. Assim, em alguns casos, a ingestão de alimentos com maior teor de umidade (como patês, sachês e alimento caseiro) pode favorecer a ingestão hídrica.
Assim como há uma recomendação para a ingestão de alimentos, há também uma recomendação para ingestão de água, ou ingestão hídrica. A ingestão mínima recomendada por dia é de 1 ml para cada quilocaloria (kca) de alimento ingerido. Pode-se também utilizar a recomendação de 60 a 70 ml/kg/dia para cães adultos, 100 ml/kg/dia para cães filhotes, 50 ml/kg/dia para gatos adultos e 80 ml/kg/dia para gatos filhotes [2]. Assim, um cão de 20 kg de peso corporal precisaria consumir cerca de 1.400 ml ou 1,4 L de água por dia, por exemplo. Esse consumo, porém, pode ser dividido entre o consumo de água voluntário e do alimento.
Para calcular a ingestão a partir do alimento, é preciso entender algumas informações sobre a composição do alimento como umidade e quantidade ingerida por dia. Por exemplo, se o alimento possui 10% de umidade e um cão de 20kg consome 300 gramas deste alimento por dia, pode-se considerar que o animal consome 30 ml provenientes do alimento. Com base no peso do animal, é possível fazer a diferença e assim estabelecer a recomendação da ingestão de água proveniente do bebedouro, suficiente para completar a demanda diária.
É possível estimular a ingestão hídrica de cães e gatos posicionando mais bebedouros pela casa, que devem ser mantidos limpos e a troca de água deve ser diária. No caso de felinos, os bebedouros devem ficar distantes da caixa de areia e devem ser mais largos, de forma que as vibrissas não toquem nas laterais. Além disso, tanto para cães quanto para gatos, podem ser utilizados bebedouros na forma de fontes e pode ser adicionado gelo nas épocas mais quentes do ano para deixar a água mais fresca.
Referências
1.GROSS, K. L. et al. Macronutrients. In: HAND, M. S. et al. (Ed.). Small Animal Clinical Nutrition. 5. ed. Topeka, EUA: Mark Morris Institute, 2010. p. 49–105.
2.NRC. Nutrient Requirements of Dogs and Cats. 1. ed. Washington, D.C.: National Academy Press, 2006.
